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TRADUÇÃO DE "DE INTERPRETATIONE" DE ARISTÓTELES
Tradução feita pelo Prof. Dr. Emmanuel Carneiro Leão

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fotoPrimeiro, se deve estabelecer o que é um nome e um verbo; depois, o que é uma apófase e uma catáfase, uma apófanse e um discurso.
De um lado, os sons da voz são símbolos das disposições da alma, de outro, as marcas escritas o são dos sons da voz. E assim como as letras não são as mesmas para todos, do mesmo modo também os sons. São idênticas em todos as disposições da alma, das quais os sons são os primeiros signos, como já são também as mesmas coisas, das quais aquelas são semelhanças . Sobre estas disposições se falou nos livros da alma - i.e., numa outra investigação. Assim como na alma se dá ora uma representação , que não desvela a verdade nem falseia nada, ora uma representação, em que uma destas alternativas deve forçosamente estruturar-se , assim também na fala. Pois tanto o falso , como o verdadeiro pertencem ao âmbito da conjunção e disjunção . Em si mesmos, os nomes e os verbos se assemelham à representação que não tem nem conjunção nem disjunção, tais que "homem" ou "branco" quando não se lhes acrescenta mais nada. Um exemplo é o "bode-veado" , que, decerto, significa alguma coisa mas nem desvela a verdade nem falseia nada, se não se ajuntar que é ou que não é, seja simplesmente ou seja em algum tempo.

2
De um lado, um nome é um som de voz significante segundo convenção sem tempo, do qual nenhuma parte é significante tendo sido separada; por exemplo: em kallippós, o "-ippós" nada significa por si mesmo, como significa na expressão kalós hippós (belo cavalo). Realmente não é como nos nomes simples que existem nos nomes compostos: pois naqueles de modo algum a parte é significante, porém nestes ela o é, contudo não constitui (no sentido único da palavra composta) um algo separado, como em epaktrokeles (navio-pirata) e keles (navio).
De outro lado, é segundo convenção, pois nenhum dos nomes é por natureza , e sim quando é gerado um símbolo. Por isso, mesmo quando os sons iletrados como os de animais também realmente manifestam algo, nenhum destes é no entanto um nome.
E ainda, o "não homem" não é um nome, nem se estabeleceu nenhum nome para chamá-lo, pois não é nem uma negação nem um discurso, mas seria um nome indeterminado. Também o "de Philon" ou "a Philon" e afins não são nomes mas casos do nome. O sentido deste (do caso) porém é, em outras coisas, o mesmo (que o do nome), mas no fato de a ele juntar-se que é ou era ou será, não se desvela a verdade nem se falseia nada - ao nome ao contrário sempre [que se ajunta há verdade ou falsidade] - assim, "de Philon é" ou "não é" de modo algum desvela a verdade ou falseia.

3
Um verbo é porém o adsignificante de tempo, do qual uma parte separadamente nada significa; é porém um signo daquilo que é dito de um outro. Digo que ele adsignifica o tempo, como a "cura" de um lado é nome e "cura-se" de outro lado é verbo, pois significa ainda um estruturar-se no agora. E é sempre um signo do que se estrutura, assim como daquilo que diz respeito ao subjacente . Porém o "não cura" assim como o "não adoece" não chamo de verbos, pois se, de um lado, adsignificam tempo e sempre sustentam algo a que dizem respeito, de outro lado, para essa diversidade não jaz um nome, mas seriam "verbos indeterminados", porque do mesmo modo estruturam o que diz respeito ao ente e ao não ente. Do mesmo modo o "curou" ou "curará" não são verbos, mas casos do verbo, e diferem do verbo porque este adsignifica o tempo presente e aqueles os arredores. Além disso ditos por si mesmos e em si mesmos os verbos são nomes e significam algo - pois, em se falando, fixa-se o pensamento e o que é ouvido repousa - mas ainda não significam se é ou não, pois o "ser" ou "não ser" não são signos do real , nem tampouco o "ente", vistos sozinhos. Pois estes nada são, porém adsignificam, se estão em uma composição , a qual sem os componentes não são pensados.

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